O Linux possui uma extensa gama de dispositivos de sistema, sendo que estes podem ser formatados para utilizar os mais diversos tipos de sistemas de arquivos. O diretório padrão dos dispositivos do sistema é o /dev. Observe o exemplo:
# ls /dev
Dos inúmeros dispositivos apenas falarei de dois, os do tipo IDE e os do tipo SCSI. O primeiro padrão atende a maioria dos computadores caseiros enquanto o segundo é utilizado em servidores por oferecer melhor desempenho do que os discos IDE.
As placas mãe da maioria dos computadores possuem duas interfaces IDE, primária e secundária, que podem conectar dois discos IDE cada. O padrão SCSI não tem limitação de discos como o padrão IDE, podendo chegar até pelo menos 15 discos.
Os discos IDE e SCSI seguem as seguintes nomenclaturas nos sistemas operacionais Linux:
/dev/hda Disco IDE Mestre Primário
/dev/hdb Disco IDE Escravo Primário
/dev/hdc Disco IDE Mestre Secundário
/dev/hdd Disco IDE Escravo Secundário
/dev/sda Disco SCSI conectado no primeiro canal
/dev/sdb Discos SCSI conectado no segundo canal
/dev/sdc Discos SCSI conectado no terceiro canal
Cada disco pode ter de uma até dezesseis partições onde cada partição é representada por um número inteiro. Por exemplo /dev/hda1 será a primeira partição se houver outra partição ela será a /dev/hda2 e assim por diante sendo que a mesma regra se pratica nos discos SCSI. Existem quatro tipos de partições:
- Partições primárias - Cada disco pode conter até quatro partições primárias elas contêm pelo menos um sistema de arquivos e pelo menos uma deve ser criada. Uma dessas partições deve ser marcada como ativa para que a carga do sistema operacional seja possível.
- Partição estendida - Esse tipo de partição é um contêiner de partições lógicas, ele não pode conter nenhum sistema de arquivos e um disco pode ter somente uma partição estendida.
- Partições lógicas - As partições lógicas são subpartições que existem em conjunto com a partição estendida, podem-se ter doze partições desse tipo e elas podem ser nomeadas á partir do número cinco até o dezesseis. Podemos ter no máximo 15 partições com sistemas de arquivos em único disco, sendo três primárias e doze lógicas.
- Partições de swap - São partições que tem o objetivo de aumentar a performance do sistema, ela possibilita que o Linux tenha uma memória virtual em disco. Ela trabalha como um arquivo de troca de dados entre a memória física e o disco.
Criando partições e sistemas de arquivos
fdisk
O programa fdisk é um manipulador de tabelas de partições do Linux. Com ele podemos criar, mudar, listar e apagar as partições de um disco rígido. Ele nos possibilita criar vários tipos de partições com diferentes sistemas operacionais para o Linux.
Vamos listar a tabela de partições do meu sistema:
# fdisk -l
Disk /dev/sda: 255 heads, 63 sectors, 1305 cylinders
Units = cylinders of 16065 * 512 bytes
Device Boot Start End Blocks Id System
/dev/sda1 * 1 6 48163 +83 Linux
/dev/sda2 7 37 249007 +82 Linux swap
/dev/sda3 38 219 1461915 83 Linux
/dev/sda4 220 1305 8723295 5 Extended
/dev/sda5 220 705 3903763 +83 Linux
/dev/sda6 706 766 489951 83 Linux
/dev/sda7 767 888 979933 +83 Linux
/dev/sda8 889 1305 3349521 83 Linux
Disk /dev/sdb: 255 heads, 63 sectors, 1305 cylinders
Units = cylinders of 16065 * 512 bytes
Disk /dev/sdb doesn't contain a valid partition table
Observe que possuo dois HDs SCSI, /dev/sda e /dev/sdb, porém o /dev/sdb ainda não tem nenhuma tabela de partições válidas. Veja que o disco /dev/sda possui duas partições primárias, uma partição de swap, uma partição estendida e quatro partições lógicas. Vamos criar algumas partições no disco /dev/sdb. Lembrando que para fazer estas operações você deve estar logado como superusuário.
# fdisk /dev/sdb
Tecle m para obter a ajuda dos comandos
Command (m for help): m
Command action
a Marca ou desmarca a partição como ativa para o processo de boot.
b Edita discos bsd
c Faz comutação compatível com DOS
d Deleta uma partição
l Lista os tipos de partições possíveis
m Mostra o menu de ajuda
n Adiciona uma nova partição
o Cria uma partição vazia DOS na tabela de partições
p Mostra a tabela de partições
q Sai sem salvar as mudanças
s Cria uma partição SUN disklabel
t Muda o tipo de sistema de arquivos da partição
u Muda o display
v Verifica a tabela de partições
w Grava as alterações efetuadas em disco
x Funcionalidades Extras (Somente para experts)
Vamos criar uma nova partição:
Command (m for help): n
Command action
e extended
p primary partition (1-4)
Escolha "p" para criarmos uma partição primária, como podemos notar o número de partições primárias possíveis é quatro. A próxima etapa é escolher o número da partição:
Partition number (1-4): 1
Se a partição for lógica o fdisk se encarrega de numerá-la. Agora devemos escolher o tamanho da partição definindo o cilindro inicial e o cilindro final ou pelo tamanho em megabytes ou gigabytes.
Por exemplo, para criar uma partição de 1 giga, digite +1024M ou +1G. No meu caso, selecionei 1 que é o default e depois defini o tamanho dessa partição para três gigas.
First cylinder (1-1305, default 1): 1
Last cylinder or +size or +sizeM or +sizeK (1-1305, default 1305): +3G
Vamos repetir o procedimento e criar uma partição de dois gigas:
Command (m for help): n
Command action
e extended
p primary partition (1-4) p
Partition number (1-4): 2
First cylinder (384-1305, default 384): 384
Last cylinder or +size or +sizeM or +sizeK (384-1305, default 1305): +2G
Agora vamos criar uma partição extendida e duas lógicas de um giga cada. No meu caso criarei uma partição extendida com as opções default:
Command (m for help): n
Command action
e extended
p primary partition (1-4)
e
Partition number (1-4): 3
First cylinder (639-1305, default 639): 639
Last cylinder or +size or +sizeM or +sizeK (639-1305, default 1305): 1305
A próxima etapa é criar as partições lógicas:
Command (m for help): n
Command action
l logical (5 or over)
p primary partition (1-4)
l
First cylinder (639-1305, default 639): 639
Last cylinder or +size or +sizeM or +sizeK (639-1305, default 1305): +1G
Command (m for help): n
Command action
l logical (5 or over)
p primary partition (1-4)
l
First cylinder (767-1305, default 767): 767
Last cylinder or +size or +sizeM or +sizeK (767-1305, default 1305): +1G
Observe que a opções agora são para criação de partições lógicas e primárias. Vamos analisar como ficou a nossa tabela de partições. Para isso tecle “p” no menu de ajuda:
Command (m for help): p
Disk /dev/sdb: 255 heads, 63 sectors, 1305 cylinders
Units = cylinders of 16065 * 512 bytes
Device Boot Start End Blocks Id System
/dev/sdb1 1 83 3076416 83 Linux
/dev/sdb2 384 638 2048287 +83 Linux
/dev/sdb3 639 1305 5357677 +5 Extended
/dev/sdb5 639 766 102812 +83 Linux
/dev/sdb6 767 894 1028128 +83 Linux
Podemos verificar que todas as partições possuem sistema de arquivos com o tipo 83 ext2 e que a partição /dev/sdb3 é a partição estendida que contêm as partições lógicas /dev/sdb5 e /dev/sdb6. Mas suponhamos que eu necessite de um outro tipo de sistema de arquivos diferente do ext2 para uma das partições, uma partição NTFS por exemplo. Podemos usar a opção "t" para essa tarefa, observe:
Command (m for help): t
Partition number (1-6): 5
Hex code (type L to list codes): L
0 Empty 1c Hidden Win95 FA 65 Novell Netware bb Boot Wizard hid
1 FAT12 1e Hidden Win95 FA 70 DiskSecure Mult c1 DRDOS/sec (FAT-
2 XENIX root 24 NEC DOS 75 PC/IX c4 DRDOS/sec (FAT-
3 XENIX usr 39 Plan 9 80 Old Minix c6 DRDOS/sec (FAT-
4 FAT16 <32M 3c PartitionMagic 81 Minix / old Lin c7 Syrinx
5 Extended 40 Venix 80286 82 Linux swap da Non-FS data
6 FAT16 41 PPC PReP Boot 83 Linux db CP/M / CTOS / .
7 HPFS/NTFS 42 SFS 84 OS/2 hidden C: de Dell Utility
8 AIX 4d QNX4.x 85 Linux extended df BootIt
9 AIX bootable 4e QNX4.x 2nd part 86 NTFS volume set e1 DOS access
a OS/2 Boot Manag 4f QNX4.x 3rd part 87 NTFS volume set e3 DOS R/O
b Win95 FAT32 50 OnTrack DM 8e Linux LVM e4 SpeedStor
c Win95 FAT32 (LB 51 OnTrack DM6 Au 93 Amoeba eb BeOS fs
e Win95 FAT16 (LB 52 CP/M 94 Amoeba BBT ee EFI GPT
f Win95 Ext'd (LB 53 OnTrack DM6 Au 9f BSD/OS ef EFI (FAT-12/16/
10 OPUS 54 OnTrackDM6 a0 IBM Thinkpad hi f0 Linux/PA-RISC b
11 Hidden FAT12 55 EZ-Drive a5 FreeBSD f1 SpeedStor
12 Compaq diagnost 56 Golden Bow a6 OpenBSD f4 SpeedStor
14 Hidden FAT16 <3 5c Priam Edisk a7 NeXTSTEP f2 DOS secondary
16 Hidden FAT16 61 SpeedStor a9 NetBSD fd Linux raid auto
17 Hidden HPFS/NTF 63 GNU HURD or Sy b7 BSDI fs fe LANstep
18 AST SmartSleep 64 Novell Netware b8 BSDI swap ff BBT
1b Hidden Win95 FA
Hex code (type L to list codes): 7
Changed system type of partition 5 to 7 (HPFS/NTFS)
Command (m for help): p
Disk /dev/sdb: 255 heads, 63 sectors, 1305 cylinders
Units = cylinders of 16065 * 512 bytes
Device Boot Start End Blocks Id System
/dev/sdb1 1 383 3076416 83 Linux
/dev/sdb2 384 638 2048287+ 83 Linux
/dev/sdb3 639 1305 5357677+ 5 Extended
/dev/sdb5 639 766 1028128+ 7 HPFS/NTFS
/dev/sdb6 767 894 1028128+ 83 Linux
Agora vamos excluir uma partição: Command (m for help): d
Partition number (1-6): 6
Command (m for help): p
Disk /dev/sdb: 255 heads, 63 sectors, 1305 cylinders
Units = cylinders of 16065 * 512 bytes
Device Boot Start End Blocks Id System
/dev/sdb1 1 383 3076416 83 Linux
/dev/sdb2 384 638 2048287+ 83 Linux
/dev/sdb3 639 1305 5357677+ 5 Extended
/dev/sdb5 639 766 1028128+ 7 HPFS/NTFS
Para finalizar vamos gravar as alterações efetuadas em disco: Command (m for help): w
The partition table has been altered!
Calling ioctl() to re-read partition table.
Syncing disks.
cfdisk
Assim como o fdisk, o cfdisk também é um manipulador de tabelas de partições para Linux. Com ele podemos criar, modificar, excluir, listar partições assim como no fdisk. A diferença é que o cfdisk (na minha opinião) é mais interativo e fácil de usar do que o fdisk. Vamos por a mão na massa:
# cfdisk /dev/sdb
cfdisk 2.11n
Disk Drive: /dev/sdb
Size: 10737418240 bytes
Heads: 255 Sectors per Track: 63 Cylinders: 1305
Name Flags Part Type FS Type [Label] Size (MB)
---------------------------------------------------------------
Pri/Log Free Space 10734.00
[ Help ] [ New ] [ Print ] [ Quit ] [ Units ] [ Write ]
Print help screen
Primeiro vamos identificar qual a utilidade de cada botão: [ Help ] - Exibe a tela de ajuda (Estas opções são usadas na linha de comando)
Command | Meaning |
b | Seleciona qual será a partição de boot |
d | Deleta a partição corrente |
g | Muda os parâmetros Cilindros, Cabeças e Setores por trilha |
h | Mostra o menu de ajuda |
m | Aumenta o espaço da partição corrente |
n | Cria uma nova partição |
P | Mostra a tabela de partições Opções:
|
q | Sai do cfdisk sem salvar a tabela de partições |
t | Muda o tipo do sistema de arquivos |
u | Muda a unidade de informação de tamanho da partição no display (MB, setores ou cilindros) |
W | Grava a tabela de partições no disco sendo necessário confirmar esta operação com "yes" ou "no" |
[ New ] - Cria uma nova partição
[ Print ] - Mostra a tabela de partições
Opções:
- r - Dados não processados
- s - Tabela ordenada por setores
- t - Tabela em formato não processado
[ Quit ] - Sai do cfdisk sem salvar a tabela de partições
[ Units ] - Muda a unidade de informação de tamanho da partição no display (MB, setores ou cilindros)
[ Write ] - Grava a tabela de partições no disco sendo necessário confirmar esta operação com "yes" ou "no"
Agora que já sabemos qual é a utilidade de cada botão da interface do cfdisk vamos criar uma nova partição no disco, selecione o botão [ New ]:
[Primary] [Logical] [Cancel ]
Agora selecione o botão [Primary] para criarmos uma partição primária e depois defina o tamanho da partição em Megabytes.
Size (in MB): 2048
Selecione o botão [Beginning] para adicionar a partição na tabela de partições:
[Beginning] [ End ] [ Cancel ]
Observe que criamos uma nova partição chamada sdb1 com sistema de arquivos do tipo Linux e com dois Gigabytes de espaço físico.
sdb1 Primary Linux 2048.10 Pri/Log
Repita o processo para criar outras partições primárias, pois agora vamos criar as partições lógicas. Selecione:
Pri/Log Free Space 8685.90
Depois selecione o botão [ New ]:
[Primary] [Logical] [Cancel ]
Selecione o botão [Logical] para criar a partição lógica e depois defina o tamanho da partição em Megabytes.
Size (in MB): 1024
Selecione o botão [Beginning] para adicionar a partição na tabela de partições:
[Beginning] [ End ] [ Cancel ]
Repita este procedimento para criar outras partições lógicas de acordo com a sua necessidade.
sdb1 Primary Linux 2048.10
sdb2 Primary Linux 2048.10
sdb3 Primary Linux 501.75
sdb5 Logical Linux 1019.94
sdb6 Logical Linux 797.86
sdb7 Logical Linux 2048.10
sdb8 Logical Linux 2270.18
Observe que foram criadas três partições primárias e quatro lógicas, a partição estendida foi criada automaticamente quando decidi criar a primeira partição lógica. Vamos analisar as opções que temos agora para as partições criadas:
[Bootable] [ Delete ] [ Help ] [Maximize] [ Print ] [ Quit ] [ Type ] [ Units ] [ Write ]
[Bootable] - Seleciona qual será a partição de boot.
[ Delete ] - Deleta a partição corrente.
[ Help ] - Exibe a tela de ajuda.
[Maximize] - Aumenta o tamanho da partição corrente.
[ Print ] - Mostra a tabela de partições.
[ Quit ] - Sai do cfdisk sem gravar a tabela de partições.
[ Type ] - Muda o tipo do sistema de arquivos.
[ Units ] - Muda as unidades de tamanho das partições que são mostradas no display. Podem ser: Megabytes, setores ou cilindros.
[ Write ] - Grava a tabela de partições no disco.
Agora que já sabemos para que serve cada botão da interface do cfdisk vamos mudar o tipo de sistema de arquivos da partição /dev/sdb2 para NTFS. Selecione o botão [ Type ]. Observe que será exibida uma tabela com diversos tipos de sistemas de arquivos entre eles o HPFS/NTFS que é referenciado pelo número 07.
Enter filesystem type: 07
Repare que a partição /dev/sdb2 agora possui o sistema de arquivos NTFS.
sdb2 Primary NTFS 2048.10
Suponhamos que eu necessite deletar uma partição, selecione a partição que deseja deletar e pressione o botão [ Delete ].
Observe que a partição sdb8 foi deletada e que o seu espaço está livre. Agora para finalizar vamos gravar a nossa tabela de partições, para essa função selecione cada partição criada e pressione o botão [ Write ]:
Digite "yes" para gravar a partição...
Are you sure you want write the partition table to disk? (yes or no): yes
Depois de gravar a tabela de partições pressione o botão [ Quit ] para sair do cfdisk.
mkfs
O comando mkfs é usado para formatar as partições criadas pelo fdisk ou cfdisk com o sistema de arquivos. Ele possui as seguintes opções:
- -c Verifica se o dispositivo possui bad blocks (defeitos)
- -L nome Configura o nome do dispositivo
- -n nome Configura o dispositivo para o formato msdos
- -q Não mostra a saída de vídeo
- -v Mostra a saída de vídeo
- -t Especifica o tipo de sistema de arquivos a ser formatado.
Ele pode ser usado de duas maneiras:
Primeira:
# mkfs -t ext3 -L partição1 /dev/sdb1
mke2fs 1.27 (8-Mar-2002)
Filesystem label=partição1
OS type: Linux
Block size=4096 (log=2)
Fragment size=4096 (log=2)
250368 inodes, 500015 blocks
25000 blocks (5.00%) reserved for the super user
First data block=0
16 block groups
32768 blocks per group, 32768 fragments per group
15648 inodes per group
Superblock backups stored on blocks:
32768, 98304, 163840, 229376, 294912
Writing inode tables: done
Creating journal (8192 blocks): done
Writing superblocks and filesystem accounting information: done
This filesystem will be automatically checked every 31 mounts or
180 days, whichever comes first. Use tune2fs -c or -i to override.
Segunda:
# mkfs.ext3 -L particão3 /dev/sdb3
mke2fs 1.27 (8-Mar-2002)
Filesystem label=particão3
OS type: Linux
Block size=1024 (log=0)
Fragment size=1024 (log=0)
122880 inodes, 489982 blocks
24499 blocks (5.00%) reserved for the super user
First data block=1
60 block groups
8192 blocks per group, 8192 fragments per group
2048 inodes per group
Superblock backups stored on blocks:
8193, 24577, 40961, 57345, 73729, 204801, 221185, 401409
Writing inode tables: done
Creating journal (8192 blocks): done
Writing superblocks and filesystem accounting information: done
This filesystem will be automatically checked every 25 mounts or
180 days, whichever comes first. Use tune2fs -c or -i to override.
mkswap
O comando mkswap é usado para formatar uma partição swap preparando o dispositivo para ser usado como área de memória virtual.
# mkswap /dev/sdb6
Setting up swapspace version 1, size = 797814784 bytes
Montando e desmontando sistemas de arquivos
mount
O comando mount é usado para montar arquivos de sistemas no Linux, ou seja, ele é utilizado para montar um dispositivo na hierarquia do sistema de arquivos do Linux podendo aceitar outros casos de uso. As opções mais usadas são:
- -a Monta todos os dispositivos especificados no arquivo /etc/fstab que não tem a opção noauto selecionada.
- -r Monta o sistema de arquivos com permissão somente de leitura.
- -w Monta o sistema de arquivos com permissão de leitura e gravação.
- -o Especifica as opções de montagem. Elas podem ser: auto, noauto, ro, rw, exec, noexec, user, users, nouser, sync, async, dev, nodev, suid, nosuid, defaults, remount, atime.
- -t tipo - Especifica o tipo de sistema de arquivos do dispositivo. Eles podem ser: adfs, affs, autofs, coda, coherent, cramfs, devpts, efs, ext, ext2, ext3, hfs, hpfs, iso9660, jfs, minix, msdos, ncpfs, nfs, ntfs, proc, qnx4, reiserfs, romfs, smbfs, sysv, tmpfs, udf, ufs, umsdos, vfat, xenix, xfs, xiafs.
Vamos a um exemplo prático, a sintaxe é a seguinte:
mount opções dispositivo diretório
# mount -text3 /dev/sdb3 /mnt/particão1
Com o comando "df" podemos ver o dispositivo /dev/sdb3 montado no diretório /mnt/particão1 e o espaço utilizado pelo sistema de arquivos, mais adiante veremos as suas funcionalidades. Observe:
# df -h
Filesystem Size Used Avail Use% Mounted on /dev/sda3 1.4G 62M 1.2G 5% / /dev/sda1 45M 5.9M 37M 14% /boot /dev/sda5 3.7G 659M 2.8G 19% /usr /dev/sda6 463M 38M 402M 9% /var /dev/sda7 942M 17M 877M 2% /tmp /dev/sda8 3.1G 33M 2.9G 2% /home /dev/sdb3 463M 8.1M 431M 2% /mnt/particão1Para montar partições Windows:
# mount -tvfat /dev/hdb3 /mnt/windows98
# mount -tntfs /dev/hdb4 /mnt/win2000
(serve p/ XP e Windows 2003)
Para montar o CDROM:
# mount -tiso9660 /dev/cdrom /cdrom
(ou /mnt/cdrom)
Para montar unidades de disquetes:
# mount -text3 /dev/fd0 /floppy
(ou /mnt/floppy)
umount
O comando umount é utilizado para desmontar os dispositivos montados pelo comando mount. Ele pode ser usado com as seguintes opções:
- -r Em caso do umount falhar remonta o dispositivo com permissão somente de leitura.
- -a Desmonta todos os dispositivos listados no arquivo /etc/mtab, que é mantido pelo comando mount como referência de todos os dispositivos montados.
- -t tipo Desmonta somente os dispositivos que contenham o sistema de arquivos especificado.
- -f Força a desmontagem do dispositivo.
Vamos ver como ele funciona:
# umount /mnt/particão1
# df -h
Filesystem Size Used Avail Use% Mounted on
/dev/sda3 1.4G 62M 1.2G 5% /
/dev/sda1 45M 5.9M 37M 14% /boot
/dev/sda5 3.7G 659M 2.8G 19% /usr
/dev/sda6 463M 38M 402M 9% /var
/dev/sda7 942M 17M 877M 2% /tmp
/dev/sda8 3.1G 33M 2.9G 2% /home
/etc/fstabO arquivo /etc/fstab é usado pelos sistemas Linux para determinar onde as partições são montadas e qual o ponto de montagem de cada uma, automaticamente, na inicialização do sistema operacional. O arquivo /etc/fstab possui os parâmetros sobre as partições que são lidos pelo comando mount. Ele é composto e dividido da seguinte maneira:
Dispositivo (Primeira Coluna) - Partição a ser montada. Ex: /dev/hda2
Ponto de Montagem (Segunda Coluna) - Especifica o diretório em que a partição será montada. Ex: /mnt/particão1.
Tipo (Terceira Coluna) - Determina o tipo de sistema de arquivos que será usado na partição a ser montada. Pode ser: ext2, ext3, reiserfs, msdos, vfat, iso9660, nfs, ntfs, swap, proc entre outras.
Opções (Quarta Coluna) - Especifica as opções usadas com o sistema de arquivos. Pode ser:
- auto - Especifica que o dispositivo deve ser montado na carga do sistema.
- noauto - Especifica que o dispositivo não seja montado na carga do sistema.
- ro - Especifica que o sistema de arquivos será montado com permissão somente de leitura.
- rw - Especifica que o sistema de arquivos será montado com permissão de leitura e gravação.
- exec - Especifica que o sistema de arquivos será montado com permissão de execução de arquivos.
- noexec - Especifica que o dispositivo não seja montado com permissão de execução de arquivos.
- user - Permite que qualquer usuário monte o sistema de arquivos, mas proíbe outros de desmonta-lo.
- users - Permite que qualquer usuário monte e desmonte os sistemas de arquivos.
- nouser - Especifica que somente o superusuário pode montar e desmontar os arquivos de sistema.
- sync - Habilita a transferência de dados síncrona no dispositivo.
- async - Habilita a transferência de dados assíncrona no dispositivo.
- dev - Dispositivo especial de caracteres.
- suid - Habilita que os executáveis tenham bits do suid e sgid.
- nosuid - Especifica que os executáveis não tenham bits do suid e sgid.
- defaults - Especifica as opções de montagem como rw, suid, exec, auto, nouser e async.
Freqüência de Backup (Quinta Coluna) - O comando dump consulta o arquivo etc/fstab para saber quais sistemas de arquivos devem ser copiados. Se for 1 ele faz o backup se for 0 ele assumirá que o sistema de arquivos não precisa ser copiado.
Checagem de disco (Sexta Coluna) - Determina se o dispositivo deve ou não ser checado na carga do sistema pelo fsck. Se for 0 o sistema de arquivos não será checado, o número 1 deve ser usado para checar a partição raiz ( / ) e a partir do 2 em diante depois do sistema raiz, ou seja, os outros sistemas de arquivos devem ter esse campo a partir de 2 fazendo seqüência de acordo com o número de partições que você quiser montar.
Observe um exemplo do arquivo /etc/fstab:
# <Sist. Arq.> <Ponto Mont.> <tipo> <opçõess> <dump> <passo>
/dev/sda3 / ext3 errors=remount-ro 0 1
/dev/sda2 none swap sw 0 0
proc /proc proc defaults 0 0
/dev/fd0 /floppy auto user,noauto 0 0
/dev/cdrom /cdrom iso9660 ro,user,noauto 0 0
/dev/sda1 /boot ext3 defaults 0 2
/dev/sda5 /usr ext3 defaults 0 2
/dev/sda6 /var ext3 defaults 0 2
/dev/sda7 /tmp ext3 defaults 0 2
/dev/sda8 /home ext3 defaults 0 2
/dev/sda3 / ext3 errors=remount-ro 0 1
/dev/sda2 none swap sw 0 0
proc /proc proc defaults 0 0
/dev/fd0 /floppy auto user,noauto 0 0
/dev/cdrom /cdrom iso9660 ro,user,noauto 0 0
/dev/sda1 /boot ext3 defaults 0 2
/dev/sda5 /usr ext3 defaults 0 2
/dev/sda6 /var ext3 defaults 0 2
/dev/sda7 /tmp ext3 defaults 0 2
/dev/sda8 /home ext3 defaults 0 2
Para finalizar, vamos adicionar uma das partições criadas anteriormente para ser montada automaticamente, em um determinado diretório, na inicialização do sistema.
# vi /etc/fstab
Na última linha do arquivo adicionei a seguinte entrada de dados:
/dev/sdb2 /mnt/particão1 ext3 defaults 0 3
Quando o sistema for inicializado a partição será montada automaticamente, observe a saída do comando "df -v":
# df -v
Filesystem 1k-blocks Used Available Use% Mounted on /dev/sda3 1438920 62472 1303356 5% / /dev/sda1 46636 5986 38242 14% /boot /dev/sda5 3842376 674044 2973144 19% /usr /dev/sda6 474443 38429 411517 9% /var /dev/sda7 964500 16440 899064 2% /tmp /dev/sda8 3296840 32828 3096536 2% /home /dev/sdb2 1968620 32828 1835788 2% /mnt/particão1
Gerenciando partições e sistemas de arquivos duO comando du exibe o espaço ocupado por arquivos e sub-diretórios dentro do diretório atual. As suas opções de uso são:Observe o exemplo: # du -h /boot
- -a - Mostra todos os arquivos e não somente diretórios
- --block-size - Mostra os arquivos por tamanho de blocos
- -b - Mostra o tamanho em bytes
- -c - Mostra um total no final da listagem
- -h - Mostra as informações de forma mais clara, utiliza M para megabytes e G para Gigabytes
- -H - Mostra as informações do mesmo modo que a opção –h, porém o tamanho de bloco é 1000 e não 1024.
- -k - Mostra o tamanho em kilobytes
- -l - Mostra o espaço utilizado pelos links simbólicos.
- -m - Mostra o tamanho em megabytes
- -S - Não mostra os subdiretórios na contagem
- -s - Mostra um sumário do diretório especificado e não o total de cada subdiretório
- -x - Omite diretórios de arquivos de sistemas diferentes
- -X - Exclui arquivos iguais a um determinado arquivo.
12k /boot/lost+found 1.9M /boot
df
O comando df, como mencionado anteriormente, mostra o espaço utilizado por um sistema de arquivos. Ele possui as seguintes opções de uso:Observe o exemplo: # df -h
- -a - Mostra todos os sistemas de arquivos, até mesmo os com 0 blocos de uso.
- --block-size - Mostra os sistemas de arquivos por tamanho de bloco.
- -h - Mostra as informações dos sistemas de arquivos de forma mais amigável, utiliza K para kilobytes, M para megabytes e G para gigabytes.
- -H - Mostra as informações do mesmo modo que a opção –h, porém o tamanho de bloco é 1000 e não 1024.
- -i - Mostra o número de inodes disponíveis no disco.
- -k - Mostra o número de kilobytes disponíveis no sistema de arquivos.
- -l - Lista somente as informações de sistemas de arquivos locais
- -m - Mostra o número de megabytes disponíveis no sistema de arquivos.
- -P - Usa o padrão POSIX no formato de saída das informações dos arquivos de sistema.
- -t - Mostra somente os sistemas de arquivos de um determinado tipo especificado. Ex: df -t ext3.
- -T - Mostra os tipos de sistema de arquivos usado por cada sistema de arquivo listado.
Filesystem Size Used Avail Use% Mounted on /dev/sda3 1.4G 62M 1.2G 5% / /dev/sda1 45M 5.9M 37M 14% /boot /dev/sda5 3.7G 659M 2.8G 19% /usr /dev/sda6 463M 40M 400M 9% /var /dev/sda7 942M 17M 877M 2% /tmp /dev/sda8 3.1G 33M 2.9G 2% /home /dev/sdb2 1.9G 33M 1.7G 2% /mnt/particão1fsck
O comando fsck é usado para checar e opcionalmente reparar um ou mais sistemas de arquivos Linux. Depois de executado ele retorna as seguintes condições:Observe algumas opções:
- 0 - Não houve erros
- 1 - Sistema de arquivos com erros corrigidos
- 2 - O sistema deverá ser reinicializado
- 4 - Sistema de arquivos com erros não corrigidos
- 8 - Erro operacional
- 16 - Tratamento ou erro de sintaxe
- 128 - Erro de bibliotecas compartilhadas
A checagem do fsck é feita em cinco etapas: 1. Checagem de inodes, blocos e área; 2. Checagem da estrutura de diretórios; 3. Checagem da conectividade dos diretórios; 4. Checagem da contagem de referência; 5. Checagem da informação de sumário de grupo. Observe o exemplo: # fsck -v -f /dev/sda1
- -s - Serializa as operações checando múltiplos sistemas de arquivos em um modo interativo.
- -t - Especifica o tipo de sistema de arquivo a ser checado.
- -A - Checa todos os arquivos de sistemas listados no arquivo /etc/fstab
- -c - Checa por bad blocks
- -r - Mostra um prompt interativo caso haja mudanças
- -b - Usa um superbloco alternativo
- -f - Força a checagem mesmo se o sistema de arquivos estiver marcado como limpo
- -l - Adiciona bad blocks para a lista
- -L - Retira bad blocks da lista
- -p - Repara automaticamente o sistema de arquivos
- -y - Executa o fsck de modo interativo, não fazendo nenhuma pergunta ao usuário.
- -v - Exibe informações completas sobre o sistema de arquivos.
fsck 1.27 (8-Mar-2002) e2fsck 1.27 (8-Mar-2002) /dev/sda1 is mounted. WARNING!!! Running e2fsck on a mounted filesystem may cause SEVERE filesystem damage. Do you really want to continue (y/n)? yes /dev/sda1: recovering journal Pass 1: Checking inodes, blocks, and sizes Pass 2: Checking directory structure Pass 3: Checking directory connectivity Pass 4: Checking reference counts Pass 5: Checking group summary information 23 inodes used (1%) 0 non-contiguous inodes (0.0%) # of inodes with ind/dind/tind blocks: 4/2/0 7513 blocks used (15%) 0 bad blocks 0 large files 11 regular files 2 directories 0 character device files 0 block device files 0 fifos 0 links 1 symbolic links (1 fast symbolic links) 0 sockets -------- 14 filesBibliografia
Ribeiro, Uirá. Certificação Linux Rio de Janeiro: Axcel Books do Brasil Editora, 2004. da SILVA, Gleydson Mazioli. Guia Foca GNU/Nível Intermediário. Disponível em:http://focalinux.cipsga.org.br/. Acesso em: 17 mar. 2004. Nash, Angie e JAson. LPIC 1 Certification Bible Indianápolis, IN Cleveland, OH e Nova York, NY: Hungry Minds, 2001.
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